segunda-feira, 22 de março de 2021

PEÇA DE TEATRO FRUTO DA PARCERIA DE ARTISTAS DO INTERIOR GANHA PRÊMIO ESTADUAL DE DRAMATURGIA NA BAHIA

As “Pelejas de Zezin Siriema e Baltazar na Feira” é um dos textos contemplados no prêmio de dramaturgia no edital de chamada pública nº 03/2020 - Prêmio das Artes Jorge Portugal 2020 - Premiação Aldir Blanc Bahia da FUNCEB. A obra é um texto inédito de teatro de bonecos, inspirado nos cordéis dos poetas Cléber Eduão e Fonzim de Anagé. A dramaturgia foi escrita pelo dramaturgo ilheense, Ed Paixão, e traz uma abordagem gramatical que mistura cordel e prosa. A bússola direcional da escrita dramatúrgica teve como base principal um esqueleto de ideias criadas pelo ator e diretor teatral Gilberto Morais.

O protagonista da história é “Zezin Siriema”, personagem inspirado em figuras populares, criado pelo cordelista Cléber Eduão, natural de São Gabriel (BA). “Zezin” é morador de uma pequena ilha do Rio São Francisco, seu coadjuvante e parceiro das emboladas é o esperto “Baltazar” que entre versos e estrofes, histórias e estórias, dialoga com outros personagens inventados, por meio de “embates cômicos” que se pretendem pedagógicos, e assim problematizam temas políticos ligados a realidade do ribeirinho no dia-a-dia. Zezin Siriema é um entre tantos beiradeiros destituídos de condições mínimas de sobrevivência, mas que guarda a sabedoria e a astúcia do povo nordestino para lutar contra seus algozes.

Nos dias 03 e 04 de abril das 16 às 18 horas via plataforma virtual google meet acontecerá uma série de ações culturais de formação e intercâmbio com grupos de teatro do interior da Bahia como bate-papos sobre o processo de criação da obra, leitura dramática da peça e oficinas de cordel. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

LINK DO FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO ONLINE: AQUI!

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domingo, 21 de março de 2021

Um boneco na mão e uma rima na cabeça (As Pelejas de Zezim Siriema e Baltazar na Feira – texto crítico por Adriana Amorim)

“O saber é coisa boa / Tem sabor de alegria / É o canto que entoa / E a seta que nos guia”

E finalmente assisto à sétima e última peça do primeiro bloco da Mostra Cênica da Motin Bahia. Uma maratona de teatro na tela! Uma profusão de estéticas, temáticas e discursos. Os três sinais de Moliére engenhosamente inseridos na abertura de cada cena, garantem a sensação de que vamos assistir a uma obra teatral. Ajeitamo-nos na cadeira da nossa plateia e abrimos o coração para a entrada de algo novo, que a partir daqui, fará parte de nós. O espetáculo especialmente convidado , “As Pelejas de Zezim Siriema e Baltazar na Feira”, da Cia de Teatro Mistura, de Ibotirama, é o primeiro dos sete espetáculos do primeiro bloco a se utilizar de diálogos em seu sentido um pouco mais tradicional. Ainda que bonecos de luva, feitos de tecido e papel machê (será que é?), os personagens dessa linda e divertida comédia popular destoam dos três monólogos reflexivos e dos dois espetáculos sem palavras, sendo um deles também de bonecos (apesar da diferença da construção e da técnica de animação) e o outro um número de palhaços. Eu, sendo dramaturga e professora de dramaturgia há alguns anos, sou adepta do diálogo fluido, com bom ritmo, que revela personagens, acontecimentos e move a trama. Obviamente que assisto e admiro os outros elementos do teatro, que com igual maestria contam histórias e promovem sensações, mas o diálogo é pra mim como o feijão no prato. Além de ser o meu favorito, dá “sustança”!

            A Cia de Teatro Mistura não deve ter esse nome por acaso. Pois faz um mix de tudo o que vi nos outros espetáculos, e que bom que acabei por deixá-lo por último, porque pude fazer essa constatação. Tem bonecos que realizam verdadeiros números de clown, tem texto dito em verso e também em prosa, tem cordel e discussão política. Tem uma música linda executada ao vivo que costura com maestria todo o espetáculo, sobretudo as falas do Raizêro. Tem elementos do universo sertanejo, como na maioria dos espetáculos da Motin. Tem momentos “solo” de cada personagem. Enfim, uma mistura de cores, palavras e vozes que trazem para a cena justamente a atmosfera da feira, que é o espaço interno da história. Do lado de fora, o que Patrice Pavis chama de espaço externo, o grupo constrói uma engenharia, além de altamente funcional para o registro em audiovisual, também muito simples e bela, com cores diversas dentro de uma paleta específica. Chamam a atenção, por exemplo, o pequeno orelhão e o guarda-chuvas onde estão pendurados os cordéis, únicos elementos de cor fria e que equilibram o todo. Além destes dois elementos, um pequeno sinalizador de rádio indicando “NO AR” ajuda a dividir a tela (palco) em três pontos, fazendo também uma síntese das personagens e as situações que vivem ou comentam.

            Fazendo toda reverência à tradição popular não apenas cênica ou literária (estas também), Zezim Siriema e Baltazar nos fazem rir de coisas ancestrais, rimas, parlendas, anedotas, “pegadinhas”. Celebram a medicina natural, falam de amores e amizades, relações de opressão e até mesmo da fome, sempre com uma graça ingênua e ao mesmo tempo consciente, posto que antiga e madura. Aquela sabedoria de preta-velha que sabe que nada por aqui é novo, que se lembra que não há mal que nunca acabe nem bem que sempre dure. Cíclica como tudo na natureza, a sabedoria popular nos acalenta com um riso fraterno de quem lembra como era bom ir à feira, tomar uma cerveja gelada, chupar um umbu azedo, comer uma mãozada de avoador, comprar um dvd pirata. Que de todas as alegrias que nos foram tiradas, a gente possa tão logo seja possível voltar aos templos da alegria e da sabedoria: o teatro e a feira.

            Por fim, para encerrar este bloco, agradeço ao espetáculo convidado e envio meu fraterno abraço aos bonecos e seus animadores que aparecem tão generosa e humildemente ao final do espetáculo para receber nossos aplausos. Recebam. Vocês os merecem. Merecem muito. Pelo espetáculo que apresentarem e por tudo que têm andado fazendo nesse universo chamado interior da Bahia. Gratidão.

AUTORA DA CRÍTICA: Adriana Amorim

Acesse o site da Caza Azul Teatro Escola AQUI!

SERVIÇO:
O quê: As Pelejas de Zezim Siriema e Baltazar na Feira
Onde: YouTube ou Site da CazAzul Teatro Escola
Quando: de 16 a 20 de março de 2021

Ficha técnica:

PESQUISA DO BRINCANTE POPULAR: Gilberto Morais

DRAMATURGIA – Ed Paixão

FONTE DE INSPIRAÇÃO DE CÓRDEIS – Cleber Eduão e Fonzim de Anagé

CRIAÇÃO DE BONECOS – Gilberto Morais e Shicó do Mamulengo

ELENCO – Gilberto Morais e Vânia Nogueira (Cia. de Teatro Mistura)

DIREÇÃO MUSICAL E EXECUÇÃO – Marcus Vinícius

MÚSICAS: Cléber Eduão e Bosco Fernandes

ASSISTENTES DE DIREÇÃO: Diego Quinteiro e Rafaella Tuxá

FOTOGRAFIAS: Joyce Farias

PRODUÇÃO DE AUDIOVISUAL: Joyce Farias

PRODUTOR LOCAL: Ananias Serranegra

quarta-feira, 17 de março de 2021

Espetáculo "As Pelejas de Zezim Siriema e Baltazar na Feira" Está na programação do Festival Motin Mostra de Teatro do Interior da Bahia

 

Nós da Cia. de Teatro Mistura estamos super felizes, estamos no Festival Motin - Mostra de Teatro do Interior da Bahia como grupo convidado, que prazer e honra está na programação do Festival Motin. Convidamos vocês pra assistir a cena do espetáculo de teatro de boneco "As Pelejas de Zezim Siriema e Baltazar na Feira", esse trabalho foi produzindo com muito carinho e tem lindas parcerias, como a Dramaturgia Ed Paixão, trilha sonora de Marcus Vinícius, música de Bosco Fernandes e Cléber Eduão, o espetáculo toma a linha de referência no Brinquedo de João Redondo do Rio Grande do Norte e Shicó do Mamulengo foi nossa referência pra essa construção. O texto é baseado nós cordéis de @cleber.eduao e @fonzimdeanage e pesquisa de Gilberto Morais .
Esse festival é lindo e potente, parabéns toda equipe da @cazazul . Viva o teatro da Bahia!!!!!!!

Senhoras e senhores, vai começar o espetáculo! O teatro do interior da Bahia estará em destaque a partir desta segunda, dia 15, com a Motin Bahia.

Nossa programação é totalmente gratuita, com encontros online, transmissões ao vivo e uma mostra cênica no YouTube, com a participação de 20 grupos de teatro de 15 cidades do interior. 

Para além da Mostra, a programação oferece oficinas de dramaturgia, voz e fotografia de cena, bate-papos e encontros sobre a produção teatral com artistas do interior, e ainda a construção de um fórum de articulação, com o objetivo de mapear grupos de teatro baiano e consolidar uma rede permanente de diálogo.

#motinbahia @cazazul

Vem fazer a Motin Bahia com a gente! LINK AQUI!

Esse projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

segunda-feira, 8 de março de 2021

A Mostra Online de Teatro do Velho Chico - Protagonismo Feminino - 2ª Edição

 

DESENHO Jaine Alecrim DESIGN Vania Nogueira

A Mostra Online de Teatro do Velho Chico - Protagonismo Feminino - está na sua 2ª edição que acontecerá em dois finais de semana de março de 18 a 20 e de 25 a 27 quinta, sexta e sábado, e no primeiro final de semana de abril de 01 a 03/04 quinta, sexta e sábado. As apresentações serão através da plataforma virtual do Zoom. Serão 11 espetáculos de grupos de teatro da Rede de Teatro do Velho Chico e 04 espetáculos convidados, com um breve bate-papo com o elenco. O foco dessa mostra online é realizar apresentações de espetáculos dentro do universo de demandas femininas, pois acreditamos que é preciso falar de feminismo no teatro, pois o teatro tem o papel de multiplicar e caminha junto com a arte e educação. Esse projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Pensando no público, A Mostra Online propõe atividades de mediação cultural de forma virtual, uma equipe de seis mulheres desenvolverá ações para sensibilização e fruição do acesso à programação, e assim envolver o público de escolas municipais, estaduais e a população local, além de disponibilizar um link no perfil do integram da Mostra De Teatro do Velho Chico @mostradeteatrovelhochico, com formulário para ser preenchido pelo público espontâneo, para assim receber o ingresso para os espetáculos. E o resultado da realização dessa Mostra será dar um suporte de empoderamento para as mulheres de teatro que fazem parte da rede e também potencializar o processo criativo, de produção do teatro feminino no interior do Estado da Bahia. Todos os ingressos serão doados através da Mediação Cultural para mulheres e homens de escolas públicas e também de comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e assentamentos rurais.

Essa edição o projeto conta com uma equipe técnica de mulheres de teatro, representantes de diferentes cidades do Oeste e Sudoeste Baiano. Vania Nogueira - Ibotirama, é a proponente e atua como coordenadora geral, com experiência em produção e gestão cultural, Bruna Carvalho – Caetité Produtora Cultural, Tally Gaia - Assessora de Comunicação. E conta com seis mulheres na mediação, sendo que Katy Brito – Caetité, está na Coordenação de Mediação, com o apoio das monitoras Sydná Oliveira – Caculé, Erleide Morais – Macaúbas, Milla Suzart – Serra do Ramalho, Luciana Maria – São Desidério e Ruth Guimarães – Brasília.

A Mostra Online de Teatro do Velho Chico - Protagonismo Feminino - está na sua 2ª edição e põe em foco, os espetáculos femininos dos grupos que compõe a Rede de Teatro do Velho Chico e convidadas.

A Rede de Teatro do Velho Chico existe desde 2015, realizando mostras anuais de teatro com o objetivo de visibilizar as produções teatrais do interior do Estado da Bahia e principalmente ser um momento de troca, compartilhamento e formação de laços entre os aproximadamente 15 grupos que a compõe.

A Mostra Online surge no ano de 2020, pois o anseio de estar próximo em Rede, não podia nos ser cerceado, mesmo no contexto da pandemia. Reinventando-se e diante das diversas já preexistentes experiências que vinham acontecendo pelo país, surge Bruna Carvalho, encabeçando uma mostra online mas, com um diferencial, a atriz da Cia ContraCapa foi além ao propor uma mostra protagonizada pelas mulheres da Rede, onde estivesse em pleno destaque suas produções.

Para isso arrebanhou a mulherada da Rede, propondo diversos encontros de fortalecimento feminino e sistematização da estrutura da Mostra, que chega agora a sua 2ª edição, encontrando mulheres mais engajadas, coletivamente fortalecidas e dispostas a assumirem seu direito de fala.

Um dos principais ganhos da primeira edição da mostra online foi a formação do “Coletivo de Mulheres da Rede” e a 2ª edição visa ser um espaço de solidificação desse coletivo que por conseguinte, gera debate, fortalecimento, formação e empoderamento da cadeia produtiva da arte e do público.

Instagram: @mostradeteatrovelhochico

Link do Formulário:  https://forms.gle/8HpEw7FCDyUkiASW9

 

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