terça-feira, 25 de junho de 2019

Redirecionamento do Grupo de Teatro Mistura de Ibotirama


Faz um tempo que não publicamos notícias sobre as produções e trabalhos da Companhia de teatro Mistura, a última vez que todos os componentes do grupo estiveram juntos, foi na realização do projeto Teatro Vivo e Popular, que levou espetáculos teatrais para bairros de Ibotirama. Uma iniciativa apoiada pela Secretaria de Cultura em comemoração aos festejos de emancipação política da cidade. O Mistura apresentou o espetáculo “As Lendas do Velho Chico” que ficou em cartaz de 2015 a agosto de 2018.
Porém os trabalhos e produções artísticas do grupo não param, estamos produzindo de forma individual por conta da realidade geográfica e também por entender que os componentes de um grupo de teatro amador precisam buscar manutenção e formação individual, pois o teatro desde os tempos remotos, vive em crise. Em Ibotirama não é diferente, na Bahia são grupos de teatro contados a dedo que se sustentam. Em 2019 o Mistura completa 10 anos de existência, primeiro grupo de teatro de Ibotirama que vence os ciclos viciosos dos grupos anteriores. A equipe mistura está em um momento introspectiva do fazer, como criadores e multiplicadores da subjetividade e particularidade do conceito e significado do próprio nome do grupo “Mistura” uma combinação de potencialidades artísticas que com o tempo, segue caminhos diversos mas com o mesmo objetivo de evoluir emquanto grupo e cidadãos na arte do teatro.
Vamos contar para vocês o que a equipe do Mistura tem feito;
Sobre o ator diretor e produtor cultural Gilberto Morais: ele se encontra no processo de conclusão do curso superior de psicologia em Ilhéus. É perceptível a sua produção teatral a nível de estado. Circulou com Marcus Vinicius e Cabeça Isidoro com espetáculo “Carranca – Da Proa do Barco para o Palco” no sul da Bahia, e ainda segue a todo vapor com os trabalhos de difusão e formação junto a REDE de Teatro do Velho Chico no Oeste e Sudoeste do Estado. Entre Abril de 2018 a 2019 trabalhou na função de coordenador cultural para o Instituto da Ação Pela Música na Bahia – IASPM, no Projeto Escolas Culturais, uma iniciativa da Secretarias de Educação, Cultura e direitos humanos do Estado da Bahia. Nessa experiência o mesmo pode ampliar os aprendizados de produção cultural e o fortalecimento das políticas públicas culturais. Além fortalecer e envolver os artistas de Ilhéus ao projeto. Atualmente foi convidado para fazer parte da equipe do grupo Teatro Popular de Ilhéus como ator e mediador cultural, está participando da montagem do novo espetáculo de teatro de mamulengos “Baltazar e a Terrível Peleja entre o Cangaceiro e o Coronel ou às vezes tem briga que termina em merda” e também como músico zabumbeiro da banda do espetáculo “Teodorico Majestade”, esses dois espetáculos irão fazer parte da programação do Festival de Artes em Frankfurt na Alemanha no mês de Julho. 
Diego Quinteiro, ator, diretor e produtor cultural mantém suas atividades teatrais em Ibotirama a frente do Grupo de Teatro Offcena X, que está em processo de estudos e pesquisas para uma nova montagem. Diego também está trabalhando na função de coordenador cultural para o Instituto da Ação Pela Música na Bahia – IASPM, no Projeto Escolas Culturais, uma iniciativa da Secretarias de Educação, Cultura e direitos humanos do Estado da Bahia. Atualmente Diego está com o projeto solo musical, tributo a Legião Urbana, o mesmo interpreta o cover do Renato Russo, show musical que deixa os legionários impressionado com aproximação vocal e performática. 
Os componentes do grupo Joyce Farias, ela que é graduada em Audiovisual e Ananias Serranegra graduando em Letras, se juntaram, e com uma outra equipe de amantes dos festejos juninos, desde 2017 estão à frente da grande produção artística, do grupo “Junina Velho Chico”, que são criadores e fundadores do mesmo, é um grupo performático de jovens bailarinos, e na direção são poetas e poetisas, atores e atrizes e artistas do audiovisual. Eles pensam, projetam pesquisam e decidem contar, isso mesmo, contar para  se apropriar da oralidade como um bisturi popular do contador de história e do povo ribeirinho. Todos os anos, a população e a região do Oeste aguarda ansiosamente para assistir, uma linda história através da montagem de um espetáculo que envolve as linguagens da dança, da música e da cultura popular. Um trabalho completamente autêntico e verdadeiro, pois colocam o povo Beradeiro como a chave para abrir os sorrisos, lágrimas e ter as sensações mais emotivas a cada passo, coreografias e gritos juninos, realizado pelos quadrilheiros nesse mês do São João. Esse ano de 2019 eles contam a história da única mulher carranqueira nas margens do Rio São Francisco, a mestra, Ana das Carrancas - A Dama do Barro, Ana Leopoldina dos Santos, nasceu no dia 18 de fevereiro de 1923, em Santa Filomena, distrito de Ouricuri, no sertão do Araripe, divisa de Pernambuco com o Piauí. Filha de Joaquim Inácio de Lima, agricultor, e Maria Leopoldina dos Santos, com quem aprendeu a arte de moldar o barro. Mas a família se mudam para a cidade de Petrolina – PE, onde Ana das Carrancas, tem uma grande inspiração em momento de crise do barro na região às margens do Rio São Francisco – Esse é um breve resumo sobre a história que o grupo Junina Velho Chico vai contar para vocês, aguardem. 

As atrizes Franciele Nunes, Gleza Souza e Vania Nogueira no ano de 2018 deram início a um lindo projeto teatral, a montagem de um espetáculo onde só tivesse mulheres, sim, elas três deram início a primeira montagem do grupo mistura só com mulheres, deu certo o processo criativo. Elas convidaram João Victor Gomes dramaturgo do Grupo Imagem e Ação de Caetité, para escrever junto com elas o espetáculo “ O Que Seria Deles Sem Nós” um lindo trabalho que já saiu do papel para a cena, a primeira leitura dramática foi realizada em agosto de 2018 através do projeto Teatro Vivo e Popular, mas o projeto precisou ser interrompido por motivos pessoais das atrizes, quem sabe futuramente voltam a cena.
Atriz Vania Nogueira, graduada em nutrição, está em processo de conclusão do curso de pós-graduação em Gestão Cultural e atualmente cursando filosofia na Universidade Estadual Santa Cruz – UESC. Seu projeto artístico que está em prática  atualmente é a pesquisa e estudo sobre palhaçaria junto com o grupo “As Madalenas”, o primeiro grupo de palhaçaria feminina do Sul da Bahia. Elas realizam apresentações de reprises e números em eventos na cidade de Ilhéus além de apresentar na Tenda do Teatro Popular de Ilhéus espaço que acolheu o grupo, Vania recentemente descobriu a sua palhaça Jabuticaba.  
Em breve projetos com todos componentes! Esse foi o breve resumo da situação atual do grupo.

O Grupo de Teatro Mistura surgiu nas oficinas do Ponto de Cultura Tarrafa Cultura, a convite do saudoso Reginaldo Pereira, que sempre teve o desejo de ver o teatro de Ibotirama em processo criativo e de pesquisa cênica, em busca de uma identidade, com essa base surge em Ibotirama o grupo de jovens atores e artistas que tinham potencialidades em diversas linguagens artísticas. A Secretaria de Cultura de Ibotirama junto com o gestor municipal Terence Lessa sempre acreditou no teatro Ibotiramese, contribuindo de forma direta.